terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Pluma de ferro

Apesar dos outros,
Dos medos,
Dos monstros nos meus pesadelos

Apesar dos dias repetidos que são tantos...
Das canções,
Dos lugares,

Apesar da chuva,
Da rua,
Da hora,

Apesar dos meus pensamentos,
Dos perigos,
Dos próximos momentos...

Sou o que resta da cidade
Das crianças,
Da humanidade...

Apesar de tudo
Ainda não vi algo tão pesado,
Tão pesado que esmagasse
Que parasse o tempo,
Que apagasse o fogo nos olhos
Que impedisse a fuga

Apesar da fuga constante
Tudo está em calma
Apesar do seu gosto em minha boca
Às vezes nunca te vi antes
Apesar do pulsar das minhas idéias
Consegui te olhar nos olhos

Apesar de tudo
Tudo ainda está em calma...


 

 

(Erika/Bruno) 2010 – Para registro

Devagar, meu bem


Canto e bebo toda noite
Mas não fale assim não
Cantei sem entender o que a letra dizia
Me misturo à multidão, vestida de você
Vou embora
Você me tira do eixo
Me deixa sem razão.
Eu sei que você andou bebendo a noite inteira
Só pra ficar mais perto de mim...

Mais perto de mim.

Devagar, meu bem...
Eu vou confessar
Dizer que nada é tão difícil assim
Hoje, com você, durmo de mansinho...
Eu vou voltar...
Vou chegar trazendo o sol
E um dicionário
Cheio de palavras que nunca vou usar.
Eu sei que eu não tenho o que dizer
Acabei dizendo qualquer coisa
Pensei em mil palavras, e enfim...
Nenhuma delas coube em mim.


2010 - Para registro