segunda-feira, 12 de março de 2012

Supernova.

Era uma vez uma constelação de estrelas que queria virar alguma coisa, e imaginou ser uma poça...e quis muito ser aquilo, quis ser a raiz de uma árvore e ser o andar de um velho, ser o nº num talão de cheques...Até que por fim, quis ser apenas só aquilo mesmo, um punhado de estrelas soltas, algumas palavras de uma história ouvida em pedaços no barulho de um bar depois da meia noite e quinze.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Dos Medos

Pai nosso! E se a chuva não cair?
Essa nuvem há de vir
Nem que seja carregada!
O vento uiva, na árvore
De folhas no chão de terra seca
Chão de areia
A noite que chega
Parede de barro que se clareia
Com a luz da vela
Que queima e alumia a fome
Do filho
Que na falta de um,
São cinco
E sentada na beira
Do degrau moldado à mão
Que dá de cara pra ladeira
Tão inclinada
Sentindo no rosto a areia que voa
Sentindo a lágrima chegar
De ver a água descer
De se perguntar
Se alguma coisa ainda muda.