domingo, 28 de março de 2010

Licor de damasco

As paredes do poço
E a casa da montanha
No topo
O sorriso de domingo
E a sala varrida pelo sol que se põe
Tive vontade de pintar nas paredes do meu quarto de menina
Minhas idéias malucas
Meu pequeno infinito
E o vento entra cantando
Bem baixinho, bem baixinho...
Só pra embalar meu sono
Sono fácil de tarde inteira brincando
Só então percebi que as coisas vão acontecendo muito lentamente
E você me pede para ler uma história
Doce e simplesmente
E então você me chama pra brincar de esconder
Sem que eu perceba, foge...
E eu já vou,
Só mais um gole...

segunda-feira, 15 de março de 2010

Labirinto

Acordei perdida
Vestido de pano leve
Cabelo desfeito
Fantasmas me sopravam aos ouvidos
Há um incêndio sob a chuva rala
Matando meus heróis aos poucos
Comecei a cantar para as sementes mal plantadas
Nem mesmo o tédio me surpreende mais
Universo subterrâneo
Espetáculo assustador
Entranhas sangrentas
Artes carnais
Eu bem que merecia uma salvação
Qualquer que seja
Pra me livrar desses dias tão normais
Enlouquecer?
Ou sorrir?
Eu sou uma contradição
E foge da minha mão fazer com que tudo o que eu digo
Faça algum sentido

quinta-feira, 4 de março de 2010

Segunda via. (Sou duas).

Vamos levar o resto da vida
Até que o sol nos coma o colorido
Dar com a cabeça em um muro
Indestrutível
Pensar pra dentro coisas de fora
Ter fome da extensão do tempo
Acordar pra poder dormir
Amaldiçoar as gaivotas por sua habilidade de voar
E as andorinhas por sua facilidade em partir
Em busca de calor
Queria um pomar
Queria um amor
Queria ser duas
Ser inteira
Ser segunda via
Inteiramente alheia
Plantar flores na pia
Abraçar o mar
Dar boa noite ao dia