sábado, 19 de dezembro de 2009

Quero viver de verdade

Leite, leitura, letras, literatura
Tudo o que passa
Tudo o que dura
Tudo o que duramente passa
Tudo o que passageiramente dura
A vida inteira
Ver que viver não tem cura
Podem ficar com a realidade...

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

ich liebe dich für immer

Lembranças vigiam minhas janelas
Uma em cada esquina
Monstros exibem suas caretas
Nos desenhos da cortina
Meu quarto continua impregnado
Minha cama vazia
Meus dramas não me ajudam a dormir
São filmes que eu monto reescalando vilões
Me permitem fingir
E falar
Me deixam pensar que sou outro alguém
E fugir

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

To indo.

Seu rosto embaralha o meu pensamento
Seus cabelos
Seu silêncio...
Molha os lábios com a língua
Me olha
Com seus olhos cor de açúcar queimado
Me diz alguma coisa
Me abraça
E não importa por que direção tenha andado
Ao cruzar a sua porta,
Sinto que não estou entrando em algum lugar
Mas saindo de todos os outros...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada.

O que você vê quando apaga a luz?
Qual a coisa certa a dizer pra alguém que vai partir?
Não precisa dizer a verdade
Basta não mentir
Galinha bebe água? Cavalo senta?
Não precisa de muita coisa
Pra se divertir
Pra que esperar a manhãzinha
Sob um céu alaranjado?
Ou então questionar seu nome
Como se fosse um traje inadequado?
Por que se perder em tantos porquês?
Como faz para não morrer?...
Qual é?
Morrer é tão clichê...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Sempre...

Não feito, não acabado, não perfeito, não completo, não satisfeito, não definitivo, não sem alma...Nunca.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Papel em branco

Meio cheia de tudo
Tá tudo junto na minha cabeça
Pra eu pensar
Vou aproveitar
Pra me inundar
Talvez domingo
Talvez segunda
Talvez agora
Quero ver por dentro
Quero estar por fora
Confusão tão doce
Ópios
Edens
Analgésicos
Belo estranho dia de amanhã
Vou acordar quando apagar a luz
Ver as notícias perdendo o controle
A cidade dormir com a explosão
Ter mais tempo pra enlouquecer
Porque nem tudo se resume em estrofe
Verso
Refrão.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Eu...

Vou chorar
E às vezes vou sorrir
Vou somar
Vou deitar e dormir
Abrir os olhos só depois de tirar o sabão
Lavar o rosto e a alma...
Sentir
Atravessar minha roupa e me levar pela mão...
Do chão.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Menina...

Quando me lembro dela, vejo uma longa lista de cores.
Se quiser, venha comigo. Vou lhe contar uma história.
Nada sobre o fim do mundo, ou de amor e suas dores
Vou lhe mostrar uma coisa...
A invasão atordoante das idéias
Para estancar o fluxo da verdade
E libertar a voz tão contida
Cacos e pedaços de desespero flutuante
E de uma menina entorpecida.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A morte que eu insisto em adiar...

Quando você diz o que ninguém mais diz
Quando você quer o que ninguém quis
Quando você ousa ser lousa pra que eu possa ser giz...

(Adaptação: Texto de Nila Branco)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

PB

A Maior Dor do Vento é Não Ser Colorido.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

4X7 dias

Haverá sol quase todos os dias
E de vez em quando eu vou te esperar
Como todas as manhas meus olhos se abrirão
Algumas plantas vão secar
E muitas flores nascerão
Tem dia que a dor vai se afogar no desespero
Crianças vão brincar, e correr
Vamos cantar no banheiro
Vestir roupas no avesso
Conta da água, luz, telefone
Café da manha, almoço e janta
Sem querer vai dizer meu nome
Por algum motivo me farei de santa
Um livro ou dois
Quatro cores de esmalte
Quatro filmes no cinema
Alguma coisa vai ficar pra depois
Teus abraços precisarão dos meus
Beberemos alguma coisa sentados no chão
Sua imaginação se sentará na poltrona aos domingos
E o sol vai se por 4X7 dias, embalado pela ocasião.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

De mudança

A esta hora e quinze minutos
Um gole de gim
Fotos desfocadas
Sono perdido
Colchão sem lençol
Assuntos vencidos
A cabeça oca por fora
O filme no fim.
Quando bebia além da conta dizia poemas
Ria para a janela dos vizinhos
Deitava com os pés descalços no sofá,
Disfarçados entre as almofadas.
Pensava que a noite, primeiro enchia seu quarto,
Depois é que transbordava para o céu
Para a fachada das lojas
Prédios colados de dois em dois
Pessoas caminhando nas calçadas
E ela parecendo uma criança
Fugindo em câmera lenta
Em constante mudança...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Igual feijão.

Tão pequena
Até tocar o inacessível chão
E então logo logo eu cresço
Levo alguns dias, igual feijão
Vou crescer até onde eu puder chegar
E surpreenderei o sol
Antes do sol raiar

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Enquanto ela fala

Não vou ler os jornais
Nem ver o dia nascer
Não vou cantar minha voz pequena
Nem vou dormir antes da noite morrer
Cansei das mentiras que tenho que ouvir
Não vou ligar a TV
Quem sabe assim tudo fica como está
Quem sabe assim a música para de tocar
Quem sabe o sol...quem sabe o ar.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Cubo Mágico

(Marili Munari/Erika Sodré)

Paredes coloridas
Esquinas esquisitas
Dinossauros
Calendários
Mãos distraídas
Ventilador nos cabelos
Espelhos
Corações mutantes
Idéias distantes
Nuvens rasgadas
Promessas Celestiais
A ânsia da maioria dos mortais
Despertei alguns monstros
Deuses por trás de suas máscaras
Pendurei a preguiça no cabide do meu quarto
E coloquei a armadura de lado
Num canto
Pra refletir a pintura vermelha dos degraus
Gasta no meio...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Por qualquer razão

Tudo o que eu quero falar
Tudo o que eu quero saber
Nunca canso de ouvir
Nunca acaba de caber.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Ontem

Era segunda feira, e ele andava na corda bamba em direção ao sol. Nuvens vermelhas de chuva. Tarde suave vestida de amarelo. Amarelo como jornal em chamas. O vento lhe inundava os cabelos. Usando uma ressaca e um terno. Cantarolou uma canção. Mãos cimentadas nos bolsos. Se ao menos pudesse voltar a ser tão distraído, a sentir tanto amor sem saber, tomado por engano pelo riso. Se ao menos não tivesse mais o medo de ouvir um sim.
Um novo começo. O fim.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Sem dormir.

Os batentes, a estante com os livros, o desenho projetado pela luz q vem de fora.
Seu olhar vagava pelas paredes, como se estivesse lendo um texto.
E me olhou como se tivesse entendido tudo, ou como se não importasse o que se entende e o que não se entende.

domingo, 7 de junho de 2009

Vida Minha.

Um sentimento de não saber o que o futuro reserva, mas de estar completamente pronta para enfrentar tudo o que acontecer.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Infinitas manhãs

O dia todo
Todos os dias
Fragmentos das conversas
Que não são minhas
Paredes cansadas
De serem olhadas
Flores exaustas
Pedindo por água
Tentei reler os clássicos
Que me mandaram ler no colégio
E não agüentei
Mergulhei nas letras românticas
Que tanto repudiei
Tentei decidir como eu me sentia
Em um banco alto ao lado do bar
Com a dose de sempre
Vendo o tempo passar

domingo, 19 de abril de 2009

Penumbra Ardente

Vou escrever com batom pelo azulejo
Meus desejos
Deixar gravado pelo teto
Meus desenhos
Rasgar os lençóis
Chutar o travesseiro
Quebrar o espelho
Me multiplicar
Esquecer a torneira aberta
Ver o mar
Mas como tentar voar
Em um quarto sem janela?

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Insustentável leveza de ser

Ela vem pelo ar
Pelos poemas escritos na parede
Um dedo de cada cor
Perfumada com o cheiro do jardim
Que não tem fim
Umbigo em flor
Levou sua alma pra passear, pra te ver...
Tá fazendo sol
Mas vai chover.

segunda-feira, 16 de março de 2009

1º Parágrafo.

...Havia mil motivos pra eu não cruzar o seu caminho
Mas o nosso destino foi escrito sob o mesmo som
Sob a música de uma banda qualquer
Sem muita explicação...

domingo, 8 de março de 2009

O sentimento

Gosto colorido de um vazio lotado de infinito...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O céu e a terra.

Procurei lugares de onde eu pudesse ver o pôr-do-sol.
Não perdia um.
Um dia eu quis mais.
Muito mais.
Quis ver o céu se transformando a cada minuto.
A luz do sol explodindo.
O fogo destrói as cores.
A cidade.
Agora nada mais me interessa.
Só a sua testa na minha.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Saudade

Tudo em silêncio
Olho ao meu redor
Tudo apagado
O sangue pulsando em meu ouvido
O vazio...
Abri as janelas
O sol começava a se pôr entre aqueles prédios caindo aos pedaços
Roupas penduradas secando
Fiquei deitada te esperando chegar
Pra trazer o seu abraço
Pra eu achar o meu lugar.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ponto de vista

Ela estranhou aquela história toda logo de cara
Mas no fim nem ligava mais
Ela descobriu que podia mudar
Em uns poucos metros cúbicos perfumar o ar
Começou bem devagar
Adiou seus planos
Aprendeu a voar
Deixou o céu mais azul
Mais colorido...
Esperou a noite chegar.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Distraído
Mal vestido
Sem rumo
Ele é a mescla de cachaça e mel
Dono de pensamentos em branco
De uma cidade sem céu.

domingo, 18 de janeiro de 2009

EU E VC

Dissolvo-me
Do seu copo até a sua boca
Sou você no primeiro gole...
Vou te dar alegria
Vou raiar o novo dia
E dançar...
O vazio só existe lá fora
Esquece não pensa mais
Eu sou você agora.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O Corpo Meu

"...Meu corpo quer o mar
O céu
O êxtase da viagem que não tira do lugar
O gole de uma bebida qualquer
Quer voar..."

domingo, 11 de janeiro de 2009

O Caleidoscópio

Quero mudar de cor
O céu
O esmalte
A sua boca quando sorri
O meu cabelo
A minha roupa
Sou um caderno de colorir

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

*O suco que eu não preparei*

Confundem-se em minha cabeça todos os cafés da manhã
Mesas, crianças, pessoas diferentes em cada uma das mesas
Meus dias se confundem
Tentando chegar aonde ninguém chegou
Só chegou no medíocre lugar comum dos
que um dia venderam seus sonhos em troca de carros, casa, vestidos
Parava e falava da vida como se minha vida fosse duas
Preocupada com o suco que eu não preparei
Fantasma de mim mesma
Eu olho as pessoas que passaram por mim
Olho aquelas que se afastaram e as que ainda gosto
E me parecem tão distantes, tão irreais
Como todo doido que pensa que doidos são os outros...