quinta-feira, 26 de março de 2020

Ontem


Ele coça o nariz e boceja.
Puxa a coberta para si.
E eu só olho para as paredes.
Para o buraco deixado pela porta.
Algo nos fugiu inescapavelmente.
Tudo...
Ao que parece.
Procurei alguma coisa aqui dentro de mim.
E nada.
Renunciei ao que não tinha.
E chega.
Eu acendo um cigarro.
E eu aguardo a mais velha maldição de todas...
- Não bata a porta quando sair.
Fui até a porta.
Fechei-a sem barulho.
Fui embora.
E segui caminhando.
Me perguntando para onde a vida vai quando para.


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