terça-feira, 8 de maio de 2018

Tô bem aqui..


Nove horas da manhã de um sábado.
Da janela dá pra ver o jardim, as calçadas do mesmo tom do céu, o vento varrendo folhas e papéis espalhados pelo chão, as flores que você plantou pra mim.
A saudade dificulta a imparcialidade...rs...Um copo de cerveja impera sobre a mesa. O olhar no infinito através da janela embaçada do quarto... E os encontros aconteciam.
Os lábios,
A saliva,
A vontade,
A voz,
Numa frase descontextualizada. Que lhe caiu como chumbo nas costas, no colo, nos ombros. E entrou como um furacão na sua vida, na sua alma, no seu passado, no seu sossego, nos seus sonhos...Bem em você, que nunca fala do passado. Só das coisas boas da vida.
Conversamos um pouco sobre existencialismo e literatura. Sobre sensações sinceras. Divididas, consentidas...E você falava com os olhos fechados. Propostas alienantes, Alienadas. Pra eu me perder...
E seus olhos encontraram os meus, quando seus lábios deixaram os meus. Sorria, sorrisos silenciosos. Deve ter pensado em mais alguma coisa, mas não disse...Muito complicado, e ainda assim tão fácil de entender.

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